sábado, 16 de maio de 2009

Histórias da Indy: O super motor da Penske


Emerson Fittipaldi foi o vencedor das 500 milhas de 1993, sua segunda vitória na mítica pista. E em vez de beber o tradicional leite do campeão, ele preferiu beber suco de laranja,o que causou uma grande polêmica pela a quebra da tradição dos vencedores. Isso acabou desviando a atenção de todos na nova empreitada de Roger Penske que começou no mês seguinte a vitória do brasileiro. Penske queria manter a hegemonia da equipe na 500 milhas.A corrida de Indianápolis seguia o regulamento da USAC, diferente do da CART que administrava o campeonato. E nesse regulamento, permitia-se motores com maior cilindrada(3400cc contra 2650cc) e uma pressão mais alta do turbo.Enfim, podia-se usar um motor menos requintado mas muito mais potente. Um ganho de 200HP. Mas isso era um investimento de risco, pois várias equipes tinham adaptado motores buick pra essa configuração e eles voavam nos treinos, mas não aguentavam a corrida. O desafio da Penske era fazer um motor mais potente e confiável. Roger então conversou com Mario Illien e Paul Morgan, os homens da Ilmor, pra desenhar um motor específico pra Indy500 de 1994. Em Outubro de 1993, a Mercedes entrou na jogada e em Novembro eles compraram a Ilmor engineering, uma pequena fábrica na Inglaterra. Em janeiro o supermotor foi testado no dinamômetro. Um mês depois, o motor foi testado secretamente em Michigan. 13 de Abril a Penske anunciou que correria com motores Mercedes para as 500 milhas de 1994. Há 46 anos que a Mercedes não corria no famoso circuito oval. Al Unser Jr conseguiu a pole e Emerson Fitipaldi foi terceiro. A corrida prometia.


Foi um massacre da Penske, os motores Mercedes eram muito superiores aos demais. Segundo Emerson, quando estava guiando o seu Penske durante a classificação da Indy 500 daquele ano, e em plena reta dos boxes de Indianápolis, com o carro na sexta marcha, a pressão do turbo no seu limite e andando a uma velocidade de 380 km/h, as rodas traseiras simplesmente “patinavam” como se estivessem em uma marcha reduzida, pois pediam uma sétima marcha que era inexistente. Foi uma reedição entre o duelo de Little Al e Emerson Fittipaldi, igual ao duelo épico dos dois de 1989. Mas dessa vez quem levou o melhor foi o americano. Fittipaldi liderou 145 voltas,mas faltando 15 voltas pro final,ele acabou cometendo um erro e bateu no muro, dando o primeiro lugar a Unser Jr. , que teve a segunda vitória da carreira( a primeira foi em 1992). Como prêmio de consolação, Emerson ganhou um ponto extra por liderar mais voltas.


A USAC viu que essa brecha no regulmaneto lhe traria muitos problemas,pois agora as grandes fábricas preprariam verdadeiras monstros em forma de motor pra correr as 500 milhas e decidiu proibir esse super motor e decretou que ela seguiria agora as mesmas especifiações da CART. O mundo do automobilismo pode ao menos ver um carro que apenas em uma corrida, se tornou histórico por causa de seu motor de nada mais nada do que 1100 Cv.




Fontes: http://en.wikipedia.org/wiki/1994_Indianapolis_500
http://www.bjwor.com/980514.html
http://www.blogdaindy.com/2009/04/comparacoes-will-power-pe-e-penske-de.html

e anuário AutoMotor 94/95

5 comentários:

Felipão disse...

Vale lembrar que a Penske tinha sérios problemas de equilibrio de chassis, que ficou mascarado pelo alto desempenho desse motor aí. Só detectarm o problema em cima da hora. Até um assoalho novo mandaram fazer. Tudo em vão. Assim, tanto o Al Unser quanto o Fittipaldi ficaram de fora da corrida
Grande lembrança, Marcão...

Henry disse...

Bela matéria, Marcão.

E veja o que uma fração de segundo pode fazer numa prova tão longa.
Emerson estava com 47 anos.

1abraço

Felipão disse...

ah sim... ali em cima eu falava das 500 milhas posterior ao GP citado pelo marcão...

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