segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Fittipaldi,40 anos do primeiro título mundial



Muito foi e será dito sobre esse feito notável de Emerson Fittipaldi, que completa 40 anos hoje. O primeiro título mundial brasileiro, aquele que abriu as portas para os pilotos brasileiros na F1 e nas categorias de base, e fez o público prestar melhor atenção nessa categoria de carros, que logo aportaria aqui com o seu GP. Tivemos outro brasileiro na F1, Chico Landi, Fritz D'Orey ma década de 50, mas quem abriu as portas foi Emerson. Que é oficialmente, o desbravador das categorias, já que ele fez o mesmo na F-Indy, abrindo outro mercado para brasileiros . Palmas de pé para o senhor emerson Fitipaldi, se não fosse ele, a F1 seria para gente como o Rugby: A gente sabe que é popular em vários lugares do mundo, tem uns loucos no país que são fãs, mas não tem nenhum brasileiro de destaque. Abaixo um review daquela corrida em Monza, sem comentários, só o barulho dos motores. Que beleza.


Abaixo alguns recortes do Jornal do Brasil do dia 11/9/1972, que trazia algumas curiosidades como por exemplo, a justiça italiana estava querendo confiscar os carros da Lotus, por causa do processo que Colin Chapman sofria por causa da morte de Jochen Rindt, em 1970. Legal também foram as palavras de Chico Landi sobre o feito: "Emerson me realizou profissionalmente vencendo um título que eu busquei por tantos anos" E pra encerrar, palavras do próprio Emerson sobre a corrida, extraídos de uma postagem do speedblog:


Minha vitória em Zeltweg tinha me deixado na condição de decidir o título mundial na corrida seguinte, em Monza. Na quarta-feira antes da corrida, o chefe da equipe, Peter Warr, me chamou no hotel, em Milão, e me perguntou se eu falava italiano. Ele me disse que nós teríamos um grave problema. O caminhão que levava os carros da Lotus para Monza capotara na estrada entre Turim e Milão, e as partes do meu carro estavam espalhadas pela grama. Eram dez horas da noite. 

 Warr me pediu para ir ao local do acidente para resolver a questão com a polícia. Quando cheguei, vi uma imagem de total destruição. Minha Lotus estava em destroços. Nessas condições começou o mais importante fim de semana da minha vida. A corrida que me permitiria vencer ou perder o Campeonato Mundial. O acidente perturbou todo o planejamento. A Lotus teve que enviar um novo carro para a Itália, e eu tive que guiar o carro reserva. 

Sexta e sábado tudo correu bem, apesar da tensão que dominava a equipe. Eu me classifiquei na terceira fila. Meu maior rival no campeonato, Jackie Stewart, na diagonal à minha frente. Colin Chapman estava extremamente nervoso. Monza não lhe trazia boas memórias. Dois anos antes, Jochen Rindt, numa Lotus, tinha morrido lá. Era a primeira vez que Colin voltava a Monza após o acidente. Em 1971, ele ficara em casa temendo que os promotores italianos pudessem prendê-lo. 

Eu também não tinha grandes lembranças da písta. Um dia antes da morte de Jochen, eu sobrevivera com muita sorte a um incrível acidente. Eu tive que testar um novo carro para Jochen. Antes da parabólica, eu olhei no espelho e vi Jack Brabham bem perto. Quando olhei de volta para pista, eu já estava quase 100 metros além do ponto de freada. Eu pisei fundo no freio e as rodas dianteiras travaram. Eu então subi na Ferrari de Ignazio Giunti, meu carro sobrevoou a grama e bateu no barranco, aterrissando quase sobre as árvores. 1972 era a primeira corrida em Monza com defletores. Felizmente. A pista antiga era uma loucura. Os carros estavam cada vez mais rápidos. Nós não tínhamos asa, então a pressão aerodinâmica era zero. Nós calculamos mais tarde, usando as relações de marchas, que nossa velocidade nas retas chegava a 315 km/h. As chicanes fizeram de Monza uma pista muito mais segura. 

Então veio o sábado e o warm up. Quando eu voltava para os boxes, senti alguma coisa fria escorrendo nas minhas costas. O tanque tinha um vazamento e a gasolina escorria para o cockpít. Nós tínhamos que tirar todo o combustível para trocar o tanque e apenas duas horas para isso. A correria foi incrível. Nós nem sabíamos e conseguiríamos participar da corrida. 

Eu estava sentado no motorhome pensando: O que eu fiz de errado? O acidente com o caminhão, o vazamento de combustível agora, o que estaria me esperando na corrida? A pressão era inimaginável. Os mecânicos suaram no calor e terminaram o trabalho no momento em que nosso competidores já empurravam os carros para o grid de largada. Próximo à largada, nós ainda estávamos enchendo o tanque. Foi o timing perfeito. Um minuto mais e eu teria ficado de fora. 

Eu tentei ficar frio em meio ao caos e me concentrar no título. Aí veio a largada. Com o canto do olho eu vi Jackie Stewart partir bem devagar. Ele tinha queimado a embreagem na largada. Havia um sentimento de libertação. O destino que tinha sido tão ruim com a gente, agora nos dava um presente. Eu sabia a partir daquele momento que podia superar tudo. Eu só tinha que de alguma forma chegar ao fim. 

O carro esteve bem e foi ficando cada vez melhor ao longo da corrida. A felicidade estava ao meu lado. A Ferrari à minha frente quebrou, e quando recebi a bandeirada como vencedor foi a mais incrível sensação que se possa imaginar. Nas três voltas anteriores, toda a minha carreira passou em frente aos meus olhos. Eu seria campeão mundial. Em Monza. Com uma vitória. 

O momento em que Colin Chapman jogou o boné para o alto ainda está na minha memória como se fosse ontem. À noite, houve uma grande festa com representantes do governo brasileiro. Era a primeira vez que um brasileiro era campeão mundial de Fórmula 1. Eu tinha à epóca o apoio do Instituto Brasileiro do Café. O escritório do instituto em Milão tinha nos convidado. Às 10 da noite, a festa começou. Às três horas da manhã eu peguei meu carro e dirigi até em casa. Eu vivia em Lausanne. Quando eu cheguei lá, ao amanhecer, parei em um sinal vermelho e vi numa banca de jornal a manchete em francês: Fittipaldi, champion du monde. Era verdade, eu não estava despertando de um sonho.”

Parabéns ao Emerson, as costeletas mais  rápidas do mundo! Aliás, costeletas que ele usa até hoje, os anos 70 não acabaram pra ele! srsrsrs

4 comentários:

Rodrigo Felix disse...

O maior, mais perfeito piloto que o Brasil já teve... genial, cerebral e irritantemente correto. Obg, Emmo!

Ron Groo disse...

E tinha de ser no mítico Monza... Foi pra ficar gravado nas mentes do mundo todo mesmo.

Anônimo disse...

Grande Emerson Fittipaldi, bela homenagem vc fez aqui, sabe o que pensei, como prova de sua admiração por ele, poderia postar aqui uma foto sua com o oculos que ganhaste dele,que tal? Ia ficar o máximo =P

Bjs amor !

Marcos Antonio disse...

Anônima gata, só não usoos óculos porque não tenho costeletas pra usar que nem ele...rsrsrsrs

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