quinta-feira, 7 de abril de 2011

Coluna de Patrick Head - O ano do Eureka!


Este mês eu falarei sobre o nosso primeiro carro verdadeiramente bem sucedido, o FW07, com Clay Regazzoni, que conquistou o nosso primeiro Grand Prix, e que ainda está ganhando corridas em campeonatos de Fórmula 1 históricos até hoje.
 

Corremos com um March, em 1977, nós projetamos e construímos FW06 para '78: era simples, eficaz, mas totalmente ofuscado pelos Lotus 79. No final do ano, Alan Jones foi segundo em Watkins Glen, que foi um bom resultado para nós, mas Alan me dizia que quando ele conseguia se aproximar de Andretti e Peterson no Lotus 79, ele viu que eles estavam tendo um número relativamente alto de bons tempos que ele não conseguia acompanhar.

Em meados de 78 Neil Oatley tinha se juntado a nós, e nós estávamos trabalhando na suspensão e estrutura do chassi, através de uma construção honeycomb* (N do T: Sorry mas não entendi que peça seria essa) de alumínio  que seria utilizado por Harvey Postlethwaite na Wolf. Eu queria fazer um grande passo com o FW07. Tivemos uma semana no túnel de vento do Imperial College, em outubro de 78, e o projeto completo aerodinâmico foi baseada naquela semana. Os resultados da parte inferior em forma e saias foram impressionantes em comparação com os dados do FW06. Frank Dernie se juntou a nós em Janeiro de '79, e ele assumiu o projeto de detalhe da saia - um dos pontos fortes do FW07.


Usamos FW06 para as quatro primeiras corridas de 1979, mas ele não era competitivo, apesar de que em Long Beach, onde Alan terminou em terceiro. Frank fez questão de levar o FW07 em Long Beach, principalmente porque os nossos patrocinadores sauditas estavam lá, mas eu disse-lhe que ele devia ser testado primeiro.


O carro residia sob uma lona no Salão Cobo, onde todos os carros foram mantidos entre os trienos. Tivemos um mecânico e um temível chefe na época chamada de Ian Anderson, um mecânico muito bom, mas um homem de aparência intimidadora. Uma manhã ele viu dois pés que estavam do lado de fora, sob a lona. Ele puxou os pés para fora, eele viu Maurice Nunn, diretor da equipe na Ensign. Ele deu-lhe um sermão, com algumas palavras bem escolhidas, e mais tarde fui para ter uma conversa com Maurício, que estava contando para uma platéia que "Eu só estava dando uma olhada, e este homem me atacou!" Com seu sotaque forte de Birmingham. Cheguei à conclusão de que Ian havia o assustado o suficiente, e não censurei-o por sua curiosidade.


Após a corrida, feliz com um forte resultado final do FW06, levamos o FW07 para a Motor Speedway Ontário (agora é um conjunto habitacional), que tinha bons setores planos. Após algumas voltas, Alan saiu do carro, dizendo: "Agora eu entendo o que Mario e Ronnie faziam aqueles tempos - o carro tem tanto grip que eu não posso nem começar a deslizar." Posteriormente, ele consitnuou a correr durante o dia e rodando cada vez mais rápido.

 
No final do mês pegamos o carro para o GP da Espanha em Jarama, onde não nos classificamos muito bem ( N do T: Jones 13º, Rega 14º). Nós tínhamos o carro no grid quando Colin Chapman veio olhar. Ele e Peter Wright (o homem creditado com a descoberta do efeito solo) foi até o carro e começaram a falar sobre, Chapman colocando seu dedo sob as saias e levantando-lhes para ver o como era rente , o tempo todo conversando com Peter como se não existíssemos. Eu estava irritado, mas não disse nada. Eu admirei Chapman por muitos anos. De certa forma, foi uma honra tê-lo com um grande interesse em nosso carro, mas eu acho que sua atitude era muito atrevida.


A Confiabilidade nos decepcionou , com uma seqüência de abandonos, até que Regazzoni ficou em segundo em Mônaco e Alan ficou em quarto lugar na França depois de três abandonos, um dos quais era culpa dele, batendo em uma barreira em Mônaco quando liderava. Então veio Silverstone, e com alguns desenvolvimentos no carro levamos a um grande passo à frente. Alan tomou forma, ficou à frente até mesmo dos Renaults turbo, que estavam começando a fazer uma tempos fortes. Ele teve outro abandono depois de liderar mais de metade da corrida, mas Clay ganhou o nosso primeiro Grand Prix.


Frank ficou encantado - ele tinha lutado tanto com tantos carros ruins. Fiquei triste por Alan, mas ele e Clay eram bons amigos e ele sabia que agora tinha um carro muito rápido. Alan passou a ganhar quatro GPs. Nós deveríamos ter ganho o título em 79, mas nós reagimos muito tarde e tivemos que esperar para 1980.



Publicada originalmente no site da Williams.

3 comentários:

Anderson Nascimento disse...

hahaha Eu adorei a "nova" frase: Williams até morrer!

Paulo Abreu disse...

Tenho uma matéria bem parecida que foi publicada ano passado na F1 Racing e que foi traduzida na versão brasileira da revista. Já leu?

Marcelonso disse...

Marcão,

A história da Williams é muito bacana, torço muito para ver esse time entre os ponteiros logo!


abs

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