GP Séries Entrevista...Ingo Hoffmann
Pra comemorar 5 anos de blog, eu resolvi fazer algo especial. Quis buscar gente ligada ao automobilismo pra fazer uma série de entrevistas(que tentarei fazer dela mensal) e consegui o primeiro nome pra começar esse espaço com o pé direito. Ele, que mesmo dispensando apresentações as farei mesmo assim, só é campeão da Stock Car 12 vezes, 76 vitórias na categoria, 60 poles, em 30 temporadas. O piloto mais bem sucedido em categorias de turismo do Brasil, o alemão, Ingo Hoffman. Ingo, que foi muito solicito com o meu pedido, me concedeu essa entrevista por email. e chega de lero lero e vamos a ela:
GP Séries: Ingo, li em uma uma entrevista sua que você só pôde começar a correr aos 19 anos, pois seus pais não permitiam. Como eles lidaram com seu início de carreira? Chegou a participar de alguma prova escondido deles?
Ingo Hoffmann: Nunca corri escondido deles. Quando fiz minha primeira prova, avisei, e eles inclusive foram ao Autódromo no domingo da corrida. Naquele dia de noite em casa, quando viram minha empolgação, passaram a me apoiar totalmente.
GPS: Em 1975 você partiu para a F3 Inglesa e logo depois foi para F1, onde você correria simultaneamente com a F2. Mas sua primeira corrida foi em
IH: Eu cheguei muito cedo na F1, com muito pouca experiência. Minha preparação, foi o Campeonato Inlges de F3, em 1975, e dois dias de treino com o F1, que foi realizado em Silverstone no mes de Setembro. A corrida no Brasil foi no inicio de 1976, e somente voltei a pilotar o F1, nos treinos oficiais da corrida.
GPS: Você correu na F2 pra equipe do Ron Dennis, a Project four. Como era tê-lo como patrão?
IH: Naquela época ele não era o Ron Dennis que veio a ser. Mas sempre foi um cara mto organizado, e extremamente competitivo.
GPS: Em 1978 você ganhou uma prova de F2 na Argentina que tinha nomes como Clay Regazzoni e Jean Pierre Jarier. Essa foi sua ultima vitória em monopostos. Gostaria que você falasse um pouco de suas lembranças dessa prova.
IH: Foi uma prova mto marcante, pois eu sabia que era minha ultima corrida na F2, uma vez que eu tinha já me decidido a não voltar a correr na Europa, pela grande dificuldade de arrumar patrocinador, e também por ainda estar devendo dinheiro ao Ron. E também porque eu já não era mais piloto da Fittipaldi Copersucar. Depois da corrida, na segunda feira, no Vôo de Buenos Aires a São Paulo, eu disse para o Ron que não voltaria mais, e inclusive o dinheiro do prêmio pela vitória da prova, foi o que "fechou a conta" com ele!
GPS: Você fez uma decisão arriscada na época, de voltar ao Brasil depois de se cansar de buscar patrocínios. Você chegou a receber críticas negativas a respeito disso?
IH: Dá imprensa nunca recebi criticas. Mas alguns anos depois de ja ter me reestabelecido aqui na Stock, li uma entrevista, na quatro Rodas, de um piloto gaucho que tinha vencido o Camponato de Formula Ford, e estava indo correr na Europa. Quando lhe perguntaram o que faria se não tivesse sucesso, ele respondeu: Não sei, mas não volto a correr no Brasil, para ser mais um Ingo Hoffmann!!!!!!
GPS: É verdade que na sua estréia da Stock Car, você fingiu um problema mecânico pra abandonar a prova e não tomar volta dos líderes?
IH: Verdade! Meu carro era muito ruim em relação à todos outros. me classifiquei em ultimo no grid, à 1,5 segundos do penultimo!!!! Quando ia levar 1 volta parei, e disse que o carro tinha quebrado.
GPS: Após o título da Stock Car em 1980, você chegou a cogitar uma volta ou recebeu alguma proposta pra voltar aos monopostos ?
IH: Não! Este primeiro campeonato que ganhei em 1980, foi muito importante para mim, pois comecei a perceber que tinha possibilidades de continuar a correr no Brasil.
GPS: Você teve um período dominante na Stock Car, entre 89 e 94.A partir de 93 você se aventurou em outras provas como as 24 horas de Nuburgring, as 24 horas de Spa,1000 milhas brasileiras com o Piquet e o Ceccoto, porque você não seguiu a carreira pelas provas de Endurance?
IH: Eu bem que gostaria, mas muitas vezes no Automobilismo as coisas não são como nós queremos. Eu tive esta oportunidade, graças ao meu relacionamento com a BMW aqui no Brasil, mas os planos da equipe BMW que corria na Europa, eram outros, onde eu não me encaixava.
GPS: Pesquisando sobre sua carreira, vi que você tem uma vitória no campeonato checo de turismo em 1995. Como surgiu esse convite e como foi sua vitória em Brno?
IH: No ano de 1993, qdo a BMW no Brasil ainda era representada pelo grupo Regino, nós trouxemos esta equipe tcheca para participar das 1000 Milhas. Trouxemos 2 carros, sendo que o meu quebrou e o outro venceu a prova. Fiz amizade com o dono da equipe, e eles voltaram para o ano de 1994 para as 1000 Milhas novamente. Nesta oportunidade fui convidado à participar de uma etapa do Campeonato Tcheco, em um carro da equipe deles.
GPS: Na Stock Car você tem 76 vitórias, 60 poles,12 títulos e 30 anos correndo na categoria.Acha que é possível algum desses seus recordes serem batidos?
IH: Dificilmente, pois acho que ninguem vai ficar tanto tempo (30 anos) numa mesma categoria, como eu fiquei.
GPS: Qual foi a sensação de disputar um Rally tão difícil como o Rally dos sertões?Chegou a cogitar a correr no Rally Dakar?
IH: Eu sempre fui movido a desafios. Correr o Campeonato de Cross Coutry foi mais um desafio que eu queria encarar. Tive a grande felicidade de correr por 5 anos na equipe oficial da Mitsubishi, tendo participado de 5 Sertões. Quanto ao Dakar, nunca pensei. Acho muito improvavel.
GPS: Na sua despedida, você ganhou a réplica do seu Opala que lhe deu o título de 1980. Você dá umas voltinhas nele de vez em quando ou ele é seu troféuque não sai da garagem por nada?
IH: Na realidade o carro esta em um museu em Passo Fundo no RS.
GPS: Como andam os preparativos pra Mini Challenge em 2012?
IH: Creio que esta tudo caminhando muito bem. Na realidade eu não participo destas etapas preliminares. Minha participação é somente nas pistas, orientando e ajudando que precisar de alguma opinião ou conselho.
GPS: Você acompanha F1 regularmente?Se não, tem alguma categoria que você acompanhe sempre que pode?
IH: Hoje em dia não acompanho nenhuma categoria regularmente.
GPS: Nem todos conhecem, mas você tem um Instituto com seu nome, que você diz em seu site que é sua maior vitória. Fale um pouco sobre ele.
IH: De fato, o Instituto Ingo Hoffmann, considero minha maior vitória, pois trata-se de uma casa de apoio para Crianças com Câncer. Eu utilizo todo meu relacionamento e a credibilidade que conquistei nestes anos todos dentro do Autmobilismo, para arrecadar fundo para manter o Instituto funcionando.
GPS: Encerrando: Li que você é fã de Rock(nem sei se procede...rs). Quais são suas bandas preferidas?
IH: Sou um cara bem eclético, gosto muito de musica em geral! Menos Funk, Axé...rsrsr
Quero agradecer ao Ingo por ter sido tão solícito comigo. E como disse, espero fazer dessas entrevistas mensais(espero conseguir). Quem será o proximo entrevistado? nem mesmo eu sei! qual o piloto que responderá meu humilde convite? Vamos aguardar pra saber quem será o entrevistado de fevereiro. Valeu pessoal!
9 comentários:
Marcos
Parabéns pela iniciativa!
Sempre bom ler algo mais sobre o Ingo.
Valeu
Excelente entrevista! Essa dele abandonar sua primeira corrida na Stock de propósito é nova para mim, hehehehe.
Parabéns pela entrevista, Marcão!
Será espetacular se você conseguir entrevistar alguém ligado ao automobilismo todo mês!
Abraço!
boa entrevista,grande ingo,para mim é um dos poucos pilotos não fracassados que correram na stock,hehe
Boa entrevista, parabéns!
Sugestão: entrevista o Bourdais!!!!!
Marcão, aqui vai a minha sugestão para a próxima entrevista:
RUBENS BARRICHELLO!
O que você acha?
Opa! Bacana a iniciativa. Muito bom conhecer mais de gente do automobilismo nacional. Confesso que minha "formação" aí é bem limitada.
ABS!!
Marcão,
Muito legal a entrevista. Ingo confirma a imagem de boa praça...
Fico muito contente com o crescimento do blog, você merece.
grande abraço
CA-RA-LHO, Marcão!
Veeeelho, meus parabéns, uma puta duma iniciativa.
Maneiro o papo com o Ingo, o cara não correu de nenhuma pergunta.
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